QUEM É HILDA HILST

Hilda Hilst nasceu na cidade de Jaú, interior do Estado de São Paulo, no dia 21 de abril de 1930, filha única do fazendeiro, jornalista, poeta e ensaísta Apolônio de Almeida Prado Hilst e de Bedecilda Vaz Cardoso.

Foi uma das primeiras mulheres, ao lado de Lygia Fagundes Teles, a se formar em Direito pela USP. De uma beleza deslumbrante, abandonou a badalada vida social para dedicar-se integralmente à criação literária.

Construiu a Casa do Sol em 1965, uma chácara no município de Campinas, onde escreveu mais de quarenta títulos originais, atingindo excelência em todos os estilos: poesia, prosa, teatro e crônicas. Recebeu os mais importantes prêmios literários nacionais, como APCA, Moinho Santista, Jabuti, e outros.

Teve suas obras completas lançadas pela Ed. Globo em 2001, e hoje faz sucesso entre os jovens que, acostumados com a linguagem da internet, assimilam com facilidade seu fluxo de pensamento não-linear.

É reconhecida como um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea. Em março de 1997, seus textos "Com os meus olhos de cão" e "A obscena senhora D" foram publicados pela Editora Gallimard, tradução de Maryvonne Lapouge, que também traduziu Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Recentemente chamada de "o milagre literário de 2012" no mercado norte-americano, tem traduções em curso em diversos países, entre eles EUA, Alemanha, Argentina, Espanha, França, Itália e México.


HILDA HILST DEIXOU PARA A HISTÓRIA DA LITERATURA BRASILEIRA UMA OBRA PRODUZIDA EM UMA ÚNICA CASA, E UMA CASA CONSTRUÍDA PARA RECEBER UMA OBRA. 

Aos 35 anos Hilda abandonou a vida da cidade e construi a Casa do Sol para dedicar-se inteiramente à literatura. Escolheu um pedaço de terra na fazenda de sua mãe, próxima à Campinas, e aí viveu até seu falecimento na compania de amigos e uma centena de cães. 

A Casa do Sol foi recentemente tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (CONDEPACC), a pedido da Acadêmia Brasileira de Letras, através de carta assinada pela escritora Lygia Fagundes Telles. Portanto constata-se a reconhecida importância como local de criação, portador de memória material e imaterial, que hoje recebe residentes de todas as áreas em busca de silêncio e inspiração para suas pesquisas. De beleza singular, a residência tem estilo monástico, com pátio interno central, rodeada por um imenso jardim com grande variedade de árvores, entre elas a preferida da escritora, uma figueira centenária. 

O acervo da casa reúne mais de duas mil fotos, mobiliário e obras de arte de artistas como Antonio Roseno, Waldomiro de Deus, Carmela Gross, Rosana Paulino, Maria Bonomi, Tomie Ohtake, Arthur Luiz Piza, André Komatsu, Fábio Moraes, Hudnilson Jr., Claudio Matsuno, Edgard de Souza, Felipe Cohen, Daniel Lima, Denise Adams, Thiago Judas, Jurandy Valença, Mora Fuentes e Olga Bilenky. 







Leia mais sobre Hilda Hilst:
Em casa com a indomesticavel Hilda, por Cláudia Nina para EntreLivros
Retrato do Brasil Poético, Estadão, 22 fev 2013

Hilda por Lygia Fagundes Telles:
Carta a Hilda Hilst, por Lygia Fagundes Telles para o Estadão